A denominada revolução tecnológica, que reflete as intensas transformações da sociedade nos últimos anos, trouxe novos modelos de negócio e categorias até então desconhecidos da dogmática jurídica. O direito privado, diante de tal cenário evolutivo, reconstruiu-se para atender às numerosas demandas suscitadas pelos conflitos de interesse emergentes. Não se trata de forjar novas especialidades, cuja ausência de fundamentos principiológicos ameaçaria a segurança jurídica e geraria instabilidade no tráfego. Ao contrário, o desafio parece ser a compreensão dessa realidade – que importa inclusive em redimensionamento da alocação de riscos e dos critérios de imputação de responsabilidade – no âmbito do direito civil e estabelecendo critérios interpretativos coerentes com o sistema em sua integralidade, plasmado por valores e princípios que integram o ordenamento na legalidade constitucional.