O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro no Brasil, visa reconhecer a relevante contribuição da população negra na formação da identidade e cultura brasileiras. A descoberta, nos anos 70, da data de falecimento de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do Brasil, impulsionou o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial a escolhê-lo como símbolo da resistência dos negros escravizados. Durante um congresso do movimento em São Paulo, em 1978, Zumbi foi eleito como ícone da luta por igualdade, representando a resistência histórica e a busca contínua por justiça.
A celebração desta data não se restringe a homenagens a figuras históricas, mas envolve também a promoção da conscientização sobre a cultura afro-brasileira. Como exemplo de iniciativas no campo de políticas públicas com tal fim, podemos citar a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileiras nas escolas. Dessa forma, seu objetivo é a desconstrução de estereótipos e valorização da diversidade. No entanto, há inúmeros relatos de que a lei não é plenamente cumprida até hoje.
Além disso, a data busca uma leitura crítica sobre a própria identidade. O que significa ter "Consciência Negra"? Essa questão é essencial para entender as lutas políticas e sociais que permeiam a experiência de pessoas racializadas no Brasil, pois a consciência não é apenas um conhecimento interno, mas também uma compreensão das condições materiais e uma resposta à necessidade de resistir contra estruturas excludentes. Assim, a Consciência Negra é mais do que uma celebração : é convite para um diálogo contínuo sobre a identidade, resistência e a busca por igualdade.